segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Super-Telemóveis / Mini-mini-Computadores

Esta é uma reportagem que vinha na REVISTA VISÃO de 16 de Julho de 2009. Embora não esteja 100% actualizada (apenas porque é de Julho e eu estou a partilhá-la em Dezembro), pensei que ainda pudesse interessar...

Como continuo sem saber como fazer para poderem aumentar as fotos, transcrevo o que está escrito.
José Luís Peixoto, é Escritor e escolheu o: HTC TOUCH HD, e diz: «Tem toda a minha agenda, todos os contactos, é com o telefone que acedo aos e-mails e navego na internet. Escrevi (à mão, com a caneta do telefone) vários excertos do meu próximo livro.»
António Coimbra, é Administrador da Vodafone e escolheu o: BLACKBERRY STORM, e diz: «Uso muitos. Já utilizei o iPhone, estou a testar o HTC Magic e o Nokia N97 mas continuo a usar BlacBerry Storm. A diferença está no e-mail, que é a função que mais utilizo. Naturalmente que não passo um minuto sem ele!»
Lourenço Medeiros, é Jornalista e especialista em tecnologia. Usa quase todos os modelos mas prefere o iPhone. E diz: «Uso o Tweetdeck para o twitter, claro, música para escrever, e acompanho os episódios diários do Daily Show. É o meu bloco notas de fotografia. Até as médias do meu carro são acompanhadas no telefone.»
João Picoito, é Responsável pelo Sul da Europa da Nokia Siemens Networks e escolheu o: NOKIA E71 e diz: «É o melhor produto no segmento. Utilizo todas as funcionalidades: voz, dados, um dia sem ele? Filosoficamente sim. Numa ilha deserta!»
Nokia N97 - Memória: Interna 32GB, expansível a 48GB com cartão microSD; Ecrã: Táctil, de 3.5 polegadas e com resolução de 640x360 pixels; Câmara: 5 megapixels com lente Carl Zeiss, autofocus, flash e câmara frontal para videochamada; Bateria: 18 dias em stand-by, 9 horas de conversação; Peso: 150 gramas. DESTAQUES: +O ecrã desliza para revelar um teclado querty, muito fácil de utilizar; Excelente qualidade dos materiais. -O Software não é tão intuitivo como nos restantes Nokia; alguma demora na interação com as fotos.
iPhone 3GS - Memória: 16 ou 32GB; Ecrã: Táctil, de 3.5 polegadas, com resolução de 480x320; Câmara: 3 megapixels com autofocus; Bateria: 12.5 dias em stand-by e 12 horas em conversação; Peso: 135 gramas. DESTAQUES: +Maior velocidade de processamento que o antecessor. Tem o melhor ecrã táctil do mercado. -Não permite a expansão de memória; A bateria continua selada no interior, o que não permite a sua troca.
HTC Magic - Memória: 512Mb, expansível com cartão microSD; Ecrã: Táctil, de 3.2 polegadas, com resolução de 320x480 pixels; Câmara: 3.15 megapixel, com autofocus; Bateria: 17 dias em stand-by e 7 horas em conversação; Peso: 116 gramas. DESTAQUES: +O ecrã táctil é preciso e de resposta rápida; O sistema Android (Google) permite uma boa utilização da internet. -Problemas de compatibilidade. Não se sincroniza com o Microsoft Outlook e não suporta o Excharge e-mail; Fraca capacidade de memória.
BlackBerry Storm - Memória: 1GB; Ecrã: Táctil, 3.25 polegadas com resolução 640x360; Câmara: 3.2 megapixels, autofocus, autoflash e zoom a 2x; Bateria: 14 dias em stand-by, 6 horas de conversação; Peso: 155 gramas. DESTAQUES: +Tem um dos melhores e mais seguros sistemas de e-mail. -Teclado táctil é pouco preciso quando se quer escrever mais depressa; Não consegue fazer esquecer os anteriores modelos da marca.
A guerra dos 'softwares' são a alma dos supertelemóveis. Por muito boa que seja a máquina, sem um bom software pode estar condenada ao fracasso, o que abriu um novo negócio para os gigantes desta indústria, como a Microsoft e a Google. Eis os cinco sistemas mais utilizados pelos principais fabricantes.
SYMBIAN OS - Desenvolvido pela Symbian Foundation, que engloba empresas como a Nokia, Sony Ericsson, LG, entre outras, oferece garantias de estabilidade e segurança e custos mais baixos do que os concorrentes. É o sistema líder.
WINDOWS MOBILE - Aposta da Microsoft para os sistemas operativos do segmento móvel, segue o modelo do Windows. Entre as suas aplicações mais famosas destacam-se as versões Pocket do Word, Excel, Power Point e Windows Media Player.
RIM - Um dos grandes trunfos do sistema operativo desenvolvido pela empresa canadiana, fabricante do BlackBerry, é facultar o acesso ao e-mail e a serviços de instant messaging em tempo real, com elevados índices de segurança.
IPHONE OS - Derivada do sistema operativo para computadores Mac Os X, a arma da Apple na batalha dos sistemas operativos móveis foi desenvolvida tanto para as várias versões do iPhone como para o iPod Touch. É um dos sistemas mais intuitivos.
ANDROID - O sistema do gigante Google reclama se a primeira plataforma operativa móvel completamente aberta ao contributo de terceiros. Depois da incursão pelo mercado dos smartphones, prevê-se que chegue aos computadores portatéis em Setembro.
Miguel Almeida, é Administrador executivo da Sonaecom e gosta do BlackBerry 8900 e iPhone e diz: «Uso o BlackBerry 8900, durante a semana, porque gosto de estar on-line 24 horas por dia. Aos fins-de-semana, recorro, normalmente, ao iPhone por me permitir manter todas as funcionalidades profissionais - e-mail, sms, voz, instant messaging, agenda, contactos - para além de um conjunto fantástico de outras aplicações úteis e lúdicas. Tenho dificuldade em imaginar como seria passar um dia sem um equipamento que me permitisse estar ligado ao e-mail e a toda a minha informação profissional. Confesso que nunca aconteceu.»
José Luís Peixoto usa um HTC para escrever pedaços do seu próximo livro, que vai publicar ainda este ano. O secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães, olha para o seu Nokia E71 como «uma grande arma de guerra», para enviar dezenas de sms diários, consultar e-mails e navegar na internet quando não tem computador à mão. João Picoito, responsável pelo Sul da Europa da divisão Nokia Siemens escolhe o mesmo aparelho. «Utilizo todas as funcionalidades: voz, dados, e-mail, browser, músicas e fotos. Passar um dia sem ele? Filosoficamente, sim. Numa ilha deserta!»
A TMN, a Vodafone e a Optimus, os três principais operadores de telecomunicações móveis portugueses, também já não passam sem este tipo de telemóveis, os chamados smartphones. Mas a sua relação com os aparelhos é bem diferente das que acima descrevemos. O interesse que têm por eles é puramente material. Estamos, afinal, a falar da nova grande fonte de rendimento das operadoras e fabricantes de aparelhos. (continua...)
José Magalhães é Secretário de Estado da Administração Interna, escolheu o Nokia E71 e diz: «É uma grande arma de guerra para quem, como eu, o usa para fazer chamadas, ir muitas vezes ao e-mail, envia dezenas de sms por dia e faz muita navegação de recursos, no Google ou no Twiter. A câmara de filmar é muito razoável e eu faço, recorrendo depois ao I-Movie, muitos filmes para o blogue que mantenho na página do Ministério da Administração Interna.»
(...Continuação)
Segundo um estudo da consultora Gartner, nos próximos três anos, os smartphones representarão cerca de 40% do mercado, ou seja, qualquer coisa como mais de 640 milhões de unidades. Mais do que qualquer outra categoria de telemóveis.
Numa altura em que os mercados mais evoluídos se encontram saturados (muitos países já têm uma taxa de penetração de telemóveis superior a 100% da população), as multinacionais da tecnologia olham para este novo mercado como a próxima mina da qual sairão muitos milhares de milhões de euros.
Por outro lado, os smartphones necessitam de novas aplicações para utilizadores ávidos de nova tecnologia, o que está a gerar uma autêntica guerra entre as empresas fornecedoras de software. A Apple abriu uma loja de aplicações - jogos, programas utilitários, entre outros - específicos para o seu iPhone, a Nokia tem a OVI e a RIM, que fabrica o BlackBerry, também já anunciou o lançamento da sua loja on-line. E, neste patamar, os produtores de software também ficam a ganhar. Podem fazer aplicações para as diferentes plataformas e até sistemas operativos para telemóveis. O potencial deste novo mercado é de tal forma atractivo que até dois gigantes empresariais, que nunca construíram telemóveis, não lhe resistiram. São os casos da Microsoft, que desenvolveu o Windows Mobile, um sistema operativo que equipa 12% dos smartphones mundiais, e da Google, que acaba de entrar na guerra com o Android. Um sistema operativo ainda a dar os primeiros passos mas que deixou os analistas das novas tecnologias muito bem impressionados. Mais: a Google seguiu o exemplo da Apple e também lançou uma loja on-line de aplicações próprias para o seu sistema.
'SMARTPHONES LOW-COST'
Além de mudarem a forma como acedemos à informação, os smartphones ameaçam redifinir as regras do negócio. É, pelo menos, essa a tendência mostrada pela portuguesa TMN. Historicamente, a empresa do universo Portugal Telecom não era fabricante de telemóveis. E o termo passado não é, definitivamente, um lapso. Com o Bluebelt, a TMN iniciou uma nova fórmula de negócio que lhe permitiu colocar no mercado um telefone tecnologicamente bem apetrechado, a baixo preço. Definiu um perfil de aparelho, entregou a produção a um dos maiores fabricantes mundiais, a chinesa ZTE, e eis o primeiro smartphone de marca própria, produzido pela operadora. «Foi lançado em Abril deste ano e pode ser adquirido por 199 euros», diz Pedro Pinheiro, gestor de produto da TMN.
«O grande desafio é trazer este tipo de equipamentos para níveis de preço que permitam a massificação», disse António Coimbra, administrador da Vodafone, que se prepara para suceder a António Carrapatoso, na presidência executiva. Assim, para contornar aquilo que o futuro CEO definiu como falta de «independência financeira» dos jovens, a Vodafone está a desenvolver parcerias para ter, até final do ano, novos smartphones «com acesso aos sites sociais e à internet, numa faixa de preços abaixo dos 200 euros».
OUTROS GANHOS
Até porque esta aparente perda no preço do equipamento será, seguramente, recuperada com a utilização. Os adeptos desta categoria de telefones gasta muito mais em comunicações do que as pessoas que apenas têm telemóvel para fazer e receber chamadas.
A Optimus afirma que estes clientes mais sofisticados acabam por fazer uma utilização mais intensiva de dados (internet e e-mail).
A Vodafone, a empresa que tem em carteira os clientes que geram mais receita nas comunicações móveis, quer ser líder neste segmento. A marca tem, à partida, uma vantagem sobre as outras: vai à frente no segmento dos clientes empresariais, com uma quota de 42% do total, segundo o estudo DataE da Marktest. E é neste grupo de utilizadores que se inclui, por agora, a maioria dos clientes com capacidade financeira para adquirir e tirar partido das funcionalidades dos smartphones. O negócio promete muitos milhões e ninguém quer ficar de fora.